Amiguinhos, que felicidade. Abanei o rabinho de alegria agora.
Estou de volta e para tratar de um assunto mais filosófico com vocês. Recentemente por indicação eu comecei a ler um livro muito bom, que por sinal, deixo aqui a dica de leitura. O livro se chama o Anel de Giges e o autor é o Eduardo Gianette.
Pois bem, nesse livro ele detalha os pontos de vista de Platão em seu conceito ideal de república e então fala da fábula de Giges. Conhecem? Eu também não conhecia essa fábula até aqui. Giges encontra um anel e descobre que esse anel o torna invisível. Detentor de tamanho poder, não ser visto pelos demais, ele então inicia uma série de delitos, já que não poderá ser culpado ou cobrado por nenhum deles. A fábula fala da ética em sua essência. O ser humano é capaz de ser ético mesmo quando agir de forma contrária não lhe traria nenhuma sansão ou dificuldade?
Aqui estou dando a versão resumida do resumo dela, então a leitura é fundamental para aprofundar o tema. No entando essa leitura me trouxe uma dúvida, que se tornou o meu tema. O que vocês fariam caso tivessem acesso a um anel como o de Giges que lhes permitissem fazer coisas ilegais ou imorais e mesmo assim manter uma boa imagem?
Pensando sobre o que eu faria, me deparei com esse conceito do ponto de vista do universo BDSM e então refleti. Obviamente há pessoas que carregam essa bandeira do BDSM com muito orgulho. São dignos de nota. Gostam do que fazem, ligam pouquíssimo pra opinião de família e sociedade e vivem uma vida transparente.
Mas convenhamos que pra maioria esses desejos são repelidos a princípio e depois cometidos sob quatro paredes, numa espécie de anel de giges, que lhes permite, apesar de aprontarem loucuras, parecerem pessoas absolutamente normais em seus circulos profissionais, pessoais, familiares. Longe de mim julgar, não é isso que quero falar aqui não e deixo isso bem claro. Pelo contrário. Acho ótimo que exista essa possibilidade. Acho até excitante pensar que o universo BDSM seja sempre muito envolto em mistério. Faz um clima. Instiga. Seduz.
Não temos o anel de Giges para testar nossa lealdade a ideias éticos, que são os pilares da vida em sociedade suportável, e que evitam a total barbárie e o cada um por si, mas temos o BDSM que para muitos acolhe a necessidade de aplacar desejos e ainda assim não ser julgado por isso. Por esse universo de total inclusão tenho que confessar que tiro meu chapéu e dou latidos uivantes de alegria. Acho que existe espaço para todos, desde os mais introvertidos aos mais dissimulados e isso é ótimo. Viva o BDSM!
Agora estou super curioso para saber. O que você faria com essa anel nas mãos?
O que eu faria? Claro que já pensei nisso. Não posso dizer para vocês não fazerem mau juízo de mim. Sou um cachorro de família, belo, recatado e do lar, me respeitem. Mas para atiçar suas mentes curiosas e libidinosas, eu posso dizer que não envolveria nada relacionado a BDSM, porque o que é bom merece ser feito a luz de todos, vendo e sendo visto. Invisível eu faria é outras coisas…
Lambidas bem molhadinhas em todos vocês seus lindos e lindas e lindes.
COLUNA CONVERSA DE CACHORRO
AUTOR
LUPO
Cachorro do Dom Barbudo. Ariano sem paciência pra porra toda. Mandando a real desde sempre.