Contrariamente ao que talvez pensem, não tem nenhuma contradição entre eu ser uma mulher cadeirante e, junto, uma baita de uma gostosa. Autoestima nunca me faltou, sempre fui muito vaidosa, amiga de minissaias, saltos altos e festas de virar a madrugada, eu e a minha companheira inseparável que é a cadeira de rodas.
Se vai incomodar?
Então, que incomode.
Mas, se vocês me permitem uma confissão, não é só incômodo que eu causo, não.
No começo eu até ficava surpresa com as cantadas, os olhares que recebo, depois acabei só me dando conta do óbvio, dos charmes que só uma mulher completa como eu possui.
E foi assim, na contramão de tudo que a sociedade esperava de mim, que eu resolvi conhecer uma feira erótica, momento do meu primeiro encontro presencial com o BDSM.
Eu já amava aquelas roupas sensuais, fetichistas, de couro, látex, vinil, e passei a amar ainda mais quando me vi vestida nelas. Mas roupa era só o começo, porque em seguida veio a chibata, que eu rapidamente descobri que não era só enfeite, aí fui descobrindo os prazeres de ter meus pés adorados por podólatras, de manter submissos presos em cintos de castidade, de matar a sede deles com meu néctar precioso…. ui! Ao longo desse processo, o que aconteceu foi eu acabar me encontrando com a Dominadora que existia dentro de mim, a Dominadora que só estava à espera de uma oportunidade pra brilhar.
De lá pra cá, mente que não para quieta como só a minha, venho me permitindo experimentar cada vez mais práticas, disposta a conhecer todos esses prazeres pervertidos que, seja por eu ser mulher, seja por eu ser cadeirante, tentaram esconder de mim. Como gosto de dizer, o mundo não está aos meus pés, mas está debaixo das minhas rodas. Tomem muito cuidado com elas, aliás… ou então não: rendam-se aos poderes delas, e meus, de uma vez por todas.
AUTORA
Ivone de Oliveira – A GATA DE RODAS
Blogueira e digital influencer.
Personalidade: Uma mulher decidida e poderosa, manhosa as vezes e uso as minhas garras sempre que necessário.
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