BDSMCAMP: A SENSO-PERCEPÇÃO DE DOM PC
E eles chegaram… um a um… para viver seus desejos, entregar seus corpos e renovar suas almas. Embora alguns deles já estivessem em contato previamente ao CAMP – pois como sempre dizemos: “sub é foooooda” – enfim puderam se conhecer, se ver, conversar por certo tempo, enquanto não eram convocados a se apresentarem aos dominadores; tempo suficiente para que algumas afinidades surgissem e segundas intenções despertassem.
Mas então; fim da conversa fiada. Hora de entrar a linha, de saberem a que vieram e o que os esperava. A voz forte e imponente do SW Arthur impunha-lhes as regras e conduzia-os até nós, dominadores, para a revista e interrogatório.
Era visível o êxtase em que estavam. A euforia que transbordava a cada toque, a cada ordem, já na revista pessoal e interrogatório. Um deles, o N. 5, chegou a perder o controle das pernas durante o interrogatório, quando sentiu o cheiro e o toque da minha luva de couro grosso pressionando contra sua face, que eu tive que apoiá-lo no meu corpo, para que não caísse ao chão.
Um a um foram revistados, despidos – de suas roupas e de seus freios – apalpados, sentidos, cheirados, interrogados, invadidos e conduzidos a um mundo paralelo, o mundo do BDSM: “…e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!” (Eça de Queiroz – Primo Basílio)… pois era isso que procuravam… e era isso que teriam nos próximos três dias.
Descrever os fatos, não me interessa aqui. Quero mais é descrever sensações, impressões, sonhos, fantasias que foram arrancadas do imaginário e trazidas à tona.
Vamos a eles, os prisioneiros, os desejosos, sedentos e sonhadores… e nós os realizadores:
Número 1 (Richard Rubio): puto, safado, atrevido, gostoso, divertido. Procurava com seu olhar desafiador atiçar a todos, fossem os dominadores ou os demais prisioneiros… e conseguia. Transpirava desejo, cheirava lascívia, tinha gosto doce! Assediou-me descaradamente, mesmo sob o risco de ser punido ou até mesmo expulso, mas se deu bem. Sua sessão individual foi comigo, pude desforrar nele seu atrevimento, fazê-lo gemer nos meus chicotes, nas pisadas com as botas no trampling e suar comigo montado no seu lombo no pony play, enquanto ele todo arreado me carregava como um cavalo… Ver sua dor (ah! A DOR…) transmutada em prazer, em euforia, em suor foi um êxtase. Na sessão coletiva, creio que teve seu maior castigo: ficou a tarde toda preso numa camisa de força de couro e máscara de couro… sem poder se mexer, sem poder tocar ou ser tocado… e isso, para um safado como ele, devia ser uma boa tortura. Mas não me furtei de provocá-lo nessa situação, de atiçá-lo, de deixá-lo com tesão e padecer a convicção de que não poderia satisfazer-se. Lógico, não satisfeito, esse puto ainda teve a audácia de invadir minha suíte na madrugada, procurando mais… E TEVE MAIS, MUITO MAIS! Além da inveja de alguns companheiros de prisão que também queriam o que ele TEVE!
Número 2 (Adriano Dias) : forte, resistente, experiente. Mandou bem como Dog, incorporou a figura do cão fiel. Aguentou firme o chicote na carne. Divertiu-se bem com seus colegas de prisão.
Número 3 (Phelipe Kramtoad): atípico, idiossincrásico, hétero, corno, circunspeto. Ele era o ponto fora da curva, a cereja do sorvete, o diferente… fosse por sua condição de hétero, fosse pelo seu fetiche particular (que eu adorei), fosse por seu sono perturbado e perturbador. Tive um grande prazer em humilhá-lo psicologicamente com a traição de sua noiva, fazendo dele um corno frouxo e manso pelas minhas “mãos”… e como punição torturando suas bolas no bico das minhas botas… e que bolas grandes, ótimas pra chutar… e eu chutei, apertei, esmaguei, pisei gostoso naquelas bolas… afinal de contas um corno frouxo pra nada precisaria delas (e com isso ele delirava no seu desejo)! Mas também me divertiu muito vendo sua risada peculiar ao tocar os pelos de sua bunda, rendeu-nos muitos momentos engraçados.
Número 4 (Doguie Caui): lépido, fagueiro, serelepe, drag. Rendeu-nos boas risadas seus comentários, “entradas”, “descidas de escada”. Jovem e magrinho incorporou também o dog, que era seu grande fetiche, pôde servir com prazer por um longo tempo um certo DOM finamente vestido em traje social e se deliciou com isso, DANADO! Não houve tempo hábil pra eu pudesse ter uma sessão com ele, mas pude ver sua graça e desenvoltura nos domínios dos meus outros colegas DOMs e muito me agradou.
Número 5 (Moreno Moreno): tátil, expressivo, “existencialista”, gostoso, fã de coca-cola. Já nas refeições pude ter momentos de verdadeira crueldade com ele, exibindo e negando sua tão amada coca-cola, ver seus olhos implorando uma gota que fosse, seus lábios embebidos da saliva excessiva resultante do desejo castrado por um mísero gole do líquido preto borbulhante. Foi protagonista de um castigo público individual que rendeu suspiros e ranger de dentes, na “redentora” máquina de spanking. Sentia imenso prazer em vê-lo gemer quando tapava sua face mais uma vez com minhas luvas de couro, enquanto estava atado ou “crucificado” pelas cordas e amarras nas colunas da “mansão dos desejos”. Mas o melhor (pra mim) ainda estava por vir, quando no último dia foi contemplado com sessão individual comigo, ou seja, parou de babar e passou a gemer por mim (não sou modesto mesmo!). Não poupei esforços, pisei em seu corpo sem dó com minhas botas, usei os chicotes, um a um, fazendo contar cada golpe na sua carne (e se errasse a contagem ou eu não ouvisse, reiniciaríamos). Mas nada mais lindo, mais melódico, mais prazeroso do que VER e OUVIR sua dor enquanto tinha seus mamilos beijados pelos meus prendedores metálicos unidos por uma corrente. Nesse momento ele gemia, grunhia, urrava, implorava por clemência, se dobrava de dor, se culpava por ter se colocado naquela situação de humilhação. E eu fazia com descrevesse a sensação de humilhação em que estava, de como se sentia por ser feito de capacho de macho, enquanto eu pisava nele. A dor era intensa, mas foi redentora, segundo ele mesmo, posto que ele não se utilizou em momento algum da palavra de segurança. Ao fim de tudo, foi possível ver um brilho diferente nele, uma satisfação perversa, uma renovação talvez. E ainda mandei o feitiço: “toda vez que tocar seus mamilos, lembrará dessa dor que fiz você sentir, lembrará sempre de DOM PC”.
Número 6 (Pedro Fernandes) : falante, inteligente, participativo, X9. Desde a revista já deu com língua nos dentes, entregando seu “colega de prisão” N.7 e sua tórrida tarde de putaria pré-CAMP, quando na revista pessoal percebemos a mancha roxa de uma mordida nas suas costas… e ainda tentou sair incólume…coitado! Seu grande fetiche era ficar no saco de couro, fechado, amarrado, vendado, amordaçado, mascarado, privado dos sentidos, e isso é o que foi feito com ele… e não haveria castigo mais adequado pra um X9 falante do que esse… se não fosse seu grande prazer! Mas o que mais me excitou e me deixou louco foi vê-lo na sessão de Electro CBT com Mestre Guto, tomando muito choque nas bolas e no pau… não há imagem mais deliciosa que essa pra um Ballbuster como eu!
Número 7 (El Toro Fuerte): forte, sensível, obediente, resistente, surpreendente. Esse eu já conhecia de outros “carnavais”, sabia bem porque ele estava ali, eu podia vê-lo, senti-lo, principalmente quando percebia seu discreto e faminto olhar me fitando. De cara já foi desmascarado na revista inicial e no interrogatório, tanto pelo alcaguete do N.6, quanto pelas informações que foram cruzadas pelos dominadores ali presentes, que já foram, um a um alvo de seu desejo e busca. Dava pra ver o constrangimento e o medo em seus olhos intensos, mas no fundo, bem no fundo, algo que resistiria, aguentaria e superaria qualquer castigo ou humilhação que lhe fosse imposta. Não tive a sessão individual com ele no CAMP, pois o destino fez com que esta fosse com meu amigo Dom Barbudo, o qual era um ídolo pra ele… AGRADEÇA “O DESTINO”! Mas na sessão coletiva ele não escapou, pude vê-lo incorporar o Dog, mas não pude estar lá quando seu estado de intensa catarse trouxe à tona uma memória forte do passado. Quando o vi “desocupado” me apoderei dele… era a vez dele… era o momento de presenteá-lo… e o fiz… suas costas queimaram nas lambidas dos meus floggers, deixando sua pele branquinha toda desenhada… suas bolas foram torturadas como de ninguém, aliás ele tinha bolas como ninguém, as maiores que já vi, verdadeira obra de arte no meio das pernas dele… chutes, socos, tapas, chicotadas, apertões…cada um arrancando seus gemidos até o clímax, quando martelei suas bolas contra mesa de pedra… não sei quem mais foi ao êxtase, ele, eu ou o N.1 que assistia a tudo perplexo amarrado numa cadeira em frente. Por fim, após um breve momento de enfrentamento, onde ele foi devida e dolorosamente posto em seu lugar de submisso, brindei-o com cera de vela quente nas costas, pra arrematar os desenhos previamente feitos com os floggers e pude ouvi-lo pronunciar a palavra de segurança, enfim. Aprenda N.7: “ A FORMIGA SABE A FOLHA QUE CORTA… E NUNCA BRINQUE COM O CISNE NEGRO”.
Agora, falar dos meus colegas DOMs é difícil! Não tenho palavras para agradecer o prazer desta contradança na companhia de pessoas tão qualificadas e conhecedoras do BDSM. Pudemos juntos fazer um marco na história do BDSM Brasileiro através deste evento pioneiro.
Mestre Guto Lemos impecável em sua técnica e condução das sessões e com todo seu “aparato” BDSM, mostrou bem aos submissos com quantas chicotadas se adestra. Fiquei louco de tesão na sessão de Electro CBT que ele fez, show de bola… ou melhor, show nas bolas, rsrsrsrs.
Dom Luis Montes Santos com sua postura soturna e silenciosa, arrancou suspiros de medo e tesão com a dominação psicológica e fez verdadeiras obras de arte no Bondage.
Mestre Brenno Leonardo Furrier mesmo de longe, impedido de estar presente por problemas maiores, enviou suas boas energias pra nós e compartilhou esses momentos nossos.
E por fim meu tão querido amigo, irmão e super parceiro de sempre, Dom Barbudo (Bruno Rubio) , com o qual já tive a honra de dividir muitas sessões de BDSM no Studio 57 com seus inúmeros submissos. Ela faz jus ao título que EU MESMO outorguei a ele de “celebridade”, pois esse cara manda muito bem em tudo. Sempre fantástico e motivador, um grande Mestre do BDSM, fez os submissos delirarem de tesão com sua pegada, com seus chicotes e com sua técnica precisa e apurada. Sempre será um prazer dividir uma sessão com ele, pois temos muita sinergia e muito respeito um pelo outro e muita similaridade em nossa forma de dominar e conduzir uma sessão de BDSM.
E a Equipe de Apoio? Lógico, pra tudo isso acontecer e fluir, tivemos que contar com o trabalho incansável de amantes do BDSM, que estavam sob nossas ordens e comandos, mas que se dedicaram fielmente.
Na cozinha, o tão querido por todos e por mim: Escravo Moreno Servidão (Aparício Varela) , que se encarregou brilhantemente de materializar o cardápio elaborado por nutricionistas e chefs de cozinha para dar “sustança” aos prisioneiros e aos dominadores. E lógico, particularmente, pude ser brindado constantemente com a tão desejada CAPRICHOSÍSSIMA, um drink não-alcoólico criado por Moreno e batizado por mim, afinal de contas os Deuses também merecem dádivas.
Na dinâmica, condução e organização dos prisioneiros, o SW Arthur, com sua voz imponente e sua postura irrepreensível e séria. Foi realmente impecável andando de um lado para outro, atendendo as solicitações dos DOMs e algumas necessidades dos prisioneiros. Excelente.
E lógico, por ultimo, mas não menos importante, o voyer Sub Zuco Servus , com sua cara adstringente, mostrou seu trabalho e seu carisma no CAMP, dividindo com SW Arthur as tarefas de condução e atendimento e fazendo suas tão precisas e incisivas observações.
Ainda tivemos dois visitantes que apimentaram a tarde/noite de sábado: o gostoso, safado e puto do Vitor, fotógrafo, com qual eu sempre tenho que ter uns “amassos”, tal é nossa “atração gravitacional”, segundo Dom Barbudo. E o elegante e lindo Dom Mark, que arrancou suspiros e concretizou desejos, principalmente do N.4.
Isso é apenas um pálido resumo, que não se compara com o prazer de viver esta experiência.
E este foi BDSMCAMP BRASIL. E este sou eu: DOM PC (Rafael Maciel). Creio que pela forma de descrever minhas impressões, minhas excitações e minhas ações você pôde me sentir, me perceber e concluir o quanto o BDSM está impregnado no meu ser, na minha vida; vida esta que só pôde ser plena quando eu resolvi sair das profundezas do mar da vida baunilha – incolor e insípida – e vir à tona pra respirar “esse amor pagão”.
“Viver com medo, é viver pela metade”.
E que venha o Segundo BDSMCAMP BRASIL, já estou pronto!
Uma resposta
Esse relato é de deixar qualquer um babando (e não por cima, rsrs)… apesar de não ter vivido na pele esta experiência – e não me canso de ter esperança de que haja um segundo BDSM camp e que eu possa participar – penso exatamente igual ao Dom PC: “Viver com medo, é viver pela metade”! Prefiro me arrepender de ter tentado algo do que me arrepender de não ter experimentado a vida… e experimentaria todos os fetiches relatados e muitos mais!